A presidente Dilma Rousseff participou nesta quarta (22), às 10h, da inauguração de uma fábrica de etanol de segunda geração em Piracicaba (a 160 km de São Paulo).

A unidade pertence à Raízen, joint-venture entre a Cosan e a Shell, e recebeu investimentos de R$ 237 milhões, sendo a maior parte, R$ 207,7 milhões, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A unidade já funciona desde o ano passado, quando produziu 1 milhão de litros de etanol.

Será o segundo encontro da presidente com empresários do setor depois de críticas sofridas no começo do ano. O primeiro encontro ocorreu em junho, nos Estados Unidos.

O setor vive uma crise, reflexo da retração econômica, da menor demanda por açúcar e pelos custos de produção, maiores do que os valores de venda. Como reflexo, usinas fecharam as portas e fizeram demissões. A estimativa do setor indica que, até o fim do ano, ao menos dez unidades deixem de operar.

O empresários reivindicam, principalmente, a inclusão do etanol na matriz energética brasileira e a livre fixação do preço da gasolina, sem o controle da Petrobras. Com isso, é possível acompanhar os preços. O setor já ganhou incentivos como o alta do etanol na gasolina e a volta da Cide no combustível.

O etanol de segunda geração é produzido a partir de material celulósico, neste caso, do bagaço e da palha da cana-de-açúcar. O processo é bioquímico e tem como principal mote a redução na emissão de poluentes. A unidade, de acordo com a empresa, tem capacidade para produzir 42 milhões de litros de etanol por ano.

Mais usinas

A Raízen é uma gigante do setor e faturou R$ 65,1 bilhões na safra passada (2014/2015). São cerca de 30 mil funcionários e capacidade de moagem de 66,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano. Entre seus planos, está a construção de mais sete fábricas de etanol de segunda geração até 2024, o que deve demandar investimentos de R$ 2,5 bilhões.

A expectativa é de que, operando com capacidade máxima, as unidades produzam 1 bilhão de litros de etanol, elevando o potencial de capacidade de produção em 50% com a mesma área plantada. Atualmente, a Raízen produz 2,1 bilhões de litros de etanol por ano e 4,1 milhões de toneladas de açúcar nas 24 unidades espalhadas pelo país.

Fonte: folha